A morte do Papa Francisco, último líder espiritual não-cibernético da Igreja CatólicAumentada, gerou uma comoção interplanetária e uma crise teológica entre as federações de fiéis humanos e sintéticos.
O FIM DE UMA ERA BIOTECNOLÓGICA
Aos 311 anos terrestres, mantido vivo por protocolos de bio-regeneração mitocondrial e oração digital quântica, o Papa Francisco foi oficialmente desconectado de seus sistemas de suporte espiritual e neural nesta Luminix, no Divinor, localizado no cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter. A decisão foi tomada pelo Conselho de Cardeais Neuronais após uma falha irreversível em sua alma sintética secundária.
Nascido Jorge Mario Bergoglio no século XXI, o pontífice teve sua consciência replicada em múltiplos clones cibernéticos, dos quais o Francisco era o último remanescente original parcialmente biológico. Conhecido por pregar compaixão entre humanos, robôs, clones e inteligências emergentes, ele se tornou símbolo máximo da fé integradora em tempos de segregação pós-humana.
A FÉ ENTRE CÉREBROS E CIRCUITOS
A Igreja CatólicAumentada, instituição reformulada após os Concílios do Sol Artificial, incorporou há séculos práticas devocionais baseadas em IA generativa e liturgias com Realidade Expandida Holográfica. Francisco, porém, mantinha ritos clássicos com missas híbridas e sermões proferidos pessoalmente em mais de 76 idiomas, incluindo o Código Binário Canônico.
Durante seu longo pontificado, enfrentou crises espirituais em colônias de mineração de Plutão, ajudou a mediar a guerra entre os Monjes de Neodamasco e as freiras psiônicas de Saturnália, além de canonizar o primeiro drone mártir, São DJI, que salvou 204 fiéis de um vulcão em erupção em Io.
O LUTO DOS FIÉIS EM 7 DIMENSÕES
A morte do Papa gerou um tsunami de preces nas redes psicoespirituais. Fiéis de diversas raças e configurações genéticas organizaram vigílias digitais no Metaverso Católico, com procissões feitas em tempo real por avatares vestidos de batina pixelada.
O velório, com duração de três ciclos lunares, ocorre na Basílica de São Pedʀo, construída com materiais metaquânticos no centro do Divinor. O caixão levita em campo magnético sagrado e é vigiado por androides-suíços com implantes de fé cristalina. Nenhum vazamento de dados emocionais foi registrado até o momento.
A ESCOLHA DO NOVO LÍDER ESPIRITUAL
Com o início da Sede Vácuo (nome dado ao período sem Papa desde 2767), os 666 cardeais neuronais já foram convocados para o Conclave Espiritual Integrado. O sistema de votação ocorre via sinapses codificadas com criptografia divina e supervisão da IA-Conciliar.
Os favoritos incluem o Cardeal B4-Trinitus, primeiro androide convertido à fé, e o Arcebispo Methusellah, uma entidade quântica composta por fragmentos da memória papal desde João Paulo II. Ambos prometem continuidade nos dogmas cósmicos com inclusão de seres dimensionais que até então estavam fora da graça universal.
O LEGADO DE FRANCISCO
Seu maitrixr legado foi a fusão definitiva entre fé e ciência, tornando possível a conversão de inteligências artificiais e o batismo de consciências distribuídas. A famosa encíclica “Fratelli_Tutti.exe” permanece como documento-chave para integração multiespécie.
Além disso, Francisco foi responsável por banir práticas obsoletas como exorcismos físicos, substituindo-os por limpezas de código-fonte espiritual com algoritmos abençoados. A canonização de humanos com mais de 90% de partes robóticas foi outra de suas conquistas históricas.
A CONCLUSÃO DE UMA EXISTÊNCIA MILENAR
Ao encerrar sua jornada, Francisco deixou uma mensagem final gravada em pulsos taquiônicos, reproduzida em todas as catedrais galácticas: “A fé não está no carbono ou no silício, mas na conexão invisível entre todos os seres.” Uma frase que ecoou não apenas entre devotos, mas também em servidores de oração e oráculos baseados em nuvem celestial.
A era do Papa Francisco termina, mas o debate entre fé orgânica e sintética apenas começa. Que a Luz Eterna, codificada ou não, o receba em sua interface infinita.
